Por Ana Luiza Rigueto
Esqueço tudo que lembrar devia, porque te li e lembro esta leitura. Na verdade, isto são versos de um dos meus poemas preferidos. Queria muito tê-los escrito eu mesma. Talvez os tenha posto logo ali para, por um instante, eles serem meus, meus, meus. Desde uns dias que eu tô quicando por dentro. Uma ameaça de ebulição que não evolui. Pareço prestes a ter ímpetos criativos, e nada. Deve ser porque esqueço tudo que lembrar devia.
Achei graça
de lançar um blog sob certo ar de coisa oficial, que após alguma preparação vem
a público. Deu até um nervosinho na gente. Amigos falando que gostaram,
conhecidos aprovando. Foi engraçado. Só um blog, eu sei, mas foi engraçado.
Tão alva
essa riqueza a espojar-se nos circos sem perda ou corrupção. Outros versos de
um de meus poemas preferidos. Outro dia pensando neles eu entendi alguma coisa,
apreendi mesmo. Não sei se sou capaz de transcrever o que foi, mas foi luminoso
– alvo e rico.
“Tão alva essa riqueza
a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.”
a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.”
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| Vai o meu elefante, pela rua povoada |
Como se uma
riqueza tão plena e sincera tivesse sido alcançada e, assistida de perto
e por muitos, fosse submetida ao desgaste, e se misturasse, e convivesse, e
se expusesse sem se perder ou sentir-se espoliada. Uma coisa naturalmente
corajosa e disposta. Talvez eu esteja descrevendo
alguém, não sei, talvez eu tenha personificado a riqueza. Consigo imaginar um
sorriso tão bonito que reja todas as situações, e mova o mundo, porque não se
abala. Porque esse sorriso, apesar de toda a fraude, consegue ser.
Espero poder ser com essa riqueza. E exprimir como seu eu tivesse sorrindo esse riso
forte. E espojar-me sem perda ou corrupção.

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